Prefeitura prepara busca ativa de casos suspeitos de esporotricose na população felina

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Em mais uma ação prevista no plano de trabalho destinado ao controle da esporotricose humana e animal, na capital, a Prefeitura de Manaus, via Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), vai iniciar na próxima segunda-feira, 27/6, no bairro Santo Antônio, zona Oeste, um levantamento sobre o quantitativo de gatos em cada domicílio e identificação de casos de suspeita da doença. Após essa identificação, os felinos doentes serão encaminhados para avaliação por médico veterinário no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) Dr. Carlos Durand (CCZ), no bairro Compensa.

 

Conforme a gerente de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Cláudia Rolim, o levantamento será executado pelo Distrito de Saúde (Disa) Oeste, com o apoio de Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e Agentes de Controle de Endemias (ACEs), a partir de visitas domiciliares, quando haverá a atualização da Ficha de Cadastro Domiciliar e Territorial, com o preenchimento de informações sobre os animais existentes no domicílio, a quantidade de gatos doentes e sadios, não castrados e o sexo dos animais.

 

“A intenção é que, a partir desse levantamento, as informações sejam encaminhadas ao CCZ, que irá avaliar os dados e entrar em contato com os tutores dos gatos, confirmando ou não a suspeita da doença, e agendando atendimento com o médico veterinário, no caso de suspeita de esporotricose. Com as informações do número de gatos não castrados nos domicílios, o CCZ também vai agendar a castração em um mutirão de atendimento previsto para o fim do mês de julho”, informa Cláudia.

 

A esporotricose é uma zoonose que pode afetar pessoas e animais, especialmente gatos, causada por fungos do gênero _Sporothrix_. Em animais, os sintomas mais comuns são feridas profundas na pele (úlceras), que não cicatrizam e se espalham rapidamente.

 

O fungo da esporotricose pode ser transmitido aos animais e às pessoas pelo contato com materiais contaminados, como casca de árvores, palha, farpas, espinhos ou terra. Em contato direto, o animal contaminado transmite a doença por meio de arranhões, mordidas ou contato com a pele lesionada.

 

“Pela característica dos gatos, eles têm o hábito de acessar mais a rua e, assim, têm maior risco de contato com outros animais, facilitando a contaminação pela esporotricose. E a castração consiste em uma estratégia para reduzir esse risco, já que normalmente o animal fica menos agressivo após o procedimento e também diminui o interesse de sair de casa para se acasalar. Controlar o contato entre os animais doentes é a melhor forma de evitar a transmissão”, ressalta Rolim.

 

Casos

 

Desde o início do surto da doença em novembro de 2020, quando ocorreram os primeiros casos suspeitos no bairro da Glória, zona Oeste, Manaus já registrou 240 casos de esporotricose animal, sendo apenas dois em cães e os demais na população felina. Em 2022, já houve o registro de 88 casos da doença no município, sendo 29 no bairro Santo Antônio.

 

O chefe do setor de Remoção e Captura do CCZ, Jhonata Calheiros, informa que os casos registrados nos anos de 2020 e 2022 foram confirmados em felinos, com dois casos em cães notificados no ano passado. “Considerando esse perfil epidemiológico, é importante concentrar no momento as ações de controle entre a população felina”, destaca Jhonata.

 

As ações desenvolvidas pelo CCZ incluem busca ativa de casos suspeitos, avaliação veterinária realizada em consulta agendada, dispensação de medicamentos para o tratamento e controle da reprodução por meio da castração dos animais. O CCZ também realiza a eutanásia dos animais quando já apresentam lesões extensas e sem possibilidades terapêuticas.

 

“É necessário identificar e diagnosticar precocemente os casos, realizar o tratamento correto e orientar o tutor sobre o isolamento do animal em local apropriado, evitando a transmissão para outros animais ou para o ser humano”, explica Calheiros.

 

Notificações

 

Os primeiros casos de esporotricose humana foram registrados em Manaus no ano passado, totalizando, até maio deste ano, 160 ocorrências da doença, sendo que 80 desses casos foram notificados em 2022. Do total de 160 registros, 82,2% (129) estão concentrados na zona Oeste de Manaus, com 57 casos confirmados no bairro Santo Antônio.

 

“A Semsa tem buscado controlar a doença tanto em animais quanto em humanos. Os casos de esporotricose humana estão concentrados atualmente em 11 bairros na zona Oeste, cinco na zona Leste, oito na zona Sul e dois na zona Norte. É importante evitar que a doença se espalhe para outros pontos da cidade e por isso a intenção é realizar as ações nas quatro zonas urbanas de Manaus, priorizando inicialmente a zona Oeste”, informa Cláudia.

 

Para pacientes com suspeita de esporotricose humana, a Semsa disponibiliza atendimento médico em oito unidades de saúde de referência.

 

Os sintomas iniciais em humanos são lesões similares a uma picada de inseto, que podem ter cura espontânea, mas é uma doença grave caso não seja identificada e tratada precocemente, principalmente porque o fungo pode atingir os pulmões, causando tosse, falta de ar e febre. O importante é procurar o atendimento em uma unidade de saúde.

 

Unidades para o atendimento de esporotricose humana

 

Disa Norte

 

Clínica da Família Carlson Gracie – avenida Curaçao, s/n, Nova Cidade.

UBS Armando Mendes – rua Aragarças, s/n, conjunto Manoa, Cidade Nova.
(Policlínica de Referência –Dr. José Antônio da Silva);

 

Disa Sul

 

Clínica da Família Dr. Antônio Reis – rua Escandinávia, São Lázaro (Policlínica de Referência Castelo Branco);

 

Disa Leste

 

Clínica da Família Severiano Nunes – rua das Dálias, s/n, Jorge Teixeira;

UBS Luiza do Carmo – avenida Ministro Mário Andreazza, 5.585, Vila da Felicidade.

(Policlínica de Referência Dr. Antônio Comte Telles);

 

Disa Oeste

 

UBS Vila da Prata – rua Gusmania, s/n, conjunto Ajuricaba, bairro Alvorada;

UBS Santo Antônio – rua Promécio, s/n, Vila da Prata;

UBS Ajuricaba – rua Lauro Bittencourt, s/n, Santo Antônio.

(Policlínica de Referência Djalma Batista)

 

 

 

Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa

 

 

 

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