Hospital Francisca Mendes realiza cirurgia em recém-nascida com cardiopatia rara

Após o parto, a bebê passou por um procedimento para implantação de uma membrana de proteção em torno do coração
Facebook
Twitter
WhatsApp

O Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM) realizou, segunda-feira (08/03), uma cirurgia cardíaca em uma criança recém-nascida com anomalia rara no coração. O bebê, uma menina de 36 semanas de gestação, nasceu com ectopia cordis, uma má-formação congênita rara caracterizada pela localização do coração fora da cavidade torácica.

O atendimento à mãe e à recém-nascida envolveu cerca de 30 profissionais de saúde, entre obstetras, pediatras, cirurgiões cardíacos, anestesistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, conforme alinhamento entre o hospital e a maternidade Nazira Daou. O parto e o procedimento cirúrgico na recém-nascida aconteceram no centro cirúrgico do Hospital Francisca Mendes.

Desde o início da gravidez, mãe e bebê foram acompanhados pela equipe do ambulatório de alto risco da maternidade Nazira Daou e pela equipe de cardiopediatria do Hospital Francisca Mendes. As unidades funcionam num mesmo complexo hospitalar no bairro Cidade Nova, zona norte.

“A maternidade dispõe de pré-natal de alto risco, onde essa paciente fazia acompanhamento, e tão logo foi detectado a anomalia cardíaca do feto, ela foi direcionada para a cardiopediatria do Francisca Mendes. Posteriormente, as equipes médicas das unidades se reuniram para estudo do caso e definição da logística necessária para a realização dos procedimentos”.

Após o parto, a bebê passou por um procedimento para implantação de uma membrana de proteção em torno do coração, com a finalidade de evitar infecções, principal fator de risco para a vida de bebês que nascem com cardiopatia.

“Logo que essa criança nasceu, ela foi levada para uma outra sala de cirurgia para a realização do procedimento. Por ser uma doença muito rara e desafiadora para a medicina, nesse primeiro procedimento cirúrgico nós usamos uma membrana para recobrir o coração e outros órgãos para evitar contágios, e assim fazer o processo de avaliação para programar as novas fases do tratamento”, declarou o cirurgião cardíaco, Fausto Pina.

Acompanhamento – Após o nascimento, a bebê vai permanecer internada na UTI infantil, sendo acompanhada pela equipe de cardiologia pediátrica do HUFM para realizar exames.

“Estamos estabilizando esse bebê que já passou por um procedimento e agora vai passar por uma série de exames. Vamos fazer angiotomografia para que a gente possa conhecer a parte pulmonar, a parte abdominal, para fechar o processo e decidir com a equipe multiprofissional os próximos passos de intervenção cardíaca”, destaca a cardiologista pediátrica, Suely Telles.

A médica destaca ainda que o fato do processo de parto e primeiro atendimento da recém-nascida terem acontecido no mesmo hospital, foi de fundamental importância para a tomada de decisão quanto aos próximos passos do tratamento.

“Ela vai passar por novos exames para que possamos saber quais são os outros defeitos no coração, e em 48 horas já vamos ter a decisão de qual caminho seguir em relação ao futuro dessa criança”.

Avanços – A secretária adjunta de políticas de saúde da SES-AM e responsável pela gestão do Hospital Francisca Mendes, Nayara Maksoud, explicou os avanços da unidade na cardiopediatria.

“Uma das áreas de importância para o Francisca Mendes é a cardiopediatria. Sendo assim, o nosso intuito é fazer com que a cardiopediatria seja cada vez melhor estruturada, ofertando à população mais do que ela sempre ofertou e a partir da detecção precoce da cardiopatia fetal realizada aqui no Francisca Mendes, junto com a maternidade Nazira Daou, para que possamos atuar no momento certo, de forma precoce, para que as crianças cardiopatas tenham uma melhor expectativa de vida”.

WhatsApp Image 2021 03 09 at 15.11.00
O bebê, uma menina de 36 semanas de gestação, nasceu com ectopia cordis, uma má-formação congênita rara

O hospital, referência no tratamento de doenças cardiovasculares na rede pública de saúde, está sob a gerência da SES-AM desde junho de 2020, quando se encerrou o contrato com a Fundação de Apoio Institucional Rio Solimões (Unisol), responsável pela administração da unidade por 17 anos.
Desde então, a secretaria trabalha na reestruturação do hospital e no plano para que ele seja transformado em fundação. A mudança faz parte das ações a serem implementadas pelo Governo do Amazonas, no plano de reformulação e modernização da rede de saúde do Estado.

FOTOS: Divulgação/SES-AM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *