Educadores reconhecem como marco histórico regulamentação das escolas municipais indígenas

Facebook
Twitter
WhatsApp

 

Educadores e moradores da comunidade Três Unidos, localizada no rio Cueiras, afirmam que a Lei nº 2.781/2021 é um marco histórico para os povos indígenas de Manaus. A legislação foi sancionada pelo prefeito David Almeida, na última quinta-feira, 16/9 e trata sobre a criação da categoria das escolas municipais indígenas, que visa dar mais qualidade ao ensino dos 117 alunos das quatro unidades e dos 480 estudantes que fazem parte dos 22 Espaços de Estudos da Língua Materna de Conhecimentos Tradicionais, administrados pela Secretaria Municipal de Educação (Semed).

51508250686 5edc6fe827 c

As unidades de ensino, localizadas nos rios Negro e Cueiras, assim como os espaços de estudos, foram instituídas pelo Decreto n° 1.394, de 29 de novembro de 2011. De acordo com Giovanna de Oliveira, responsável pela Gerência de Educação Escolar Indígena (GEEI) da Semed, desde 2014 a categoria lutava pela assinatura da lei.

“Precisávamos de uma lei para fortalecer as políticas públicas para a educação escolar indígena em Manaus, e o prefeito David e o secretário Pauderney tiveram essa sensibilidade. Hoje estamos com essa lei assinada, um avanço, um grande ganho para os povos indígenas e comunidades indígenas que a Semed atende, por meio da GEEI”, disse Giovanna.

Para Raimundo Cruz da Silva, da etnia kambeba, gestor da escola municipal indígena Kanata T-ykua, localizada na comunidade Três Unidos, no rio Cueiras, que atende 21 alunos da educação infantil e do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, a lei é um reconhecimento dos professores e escolas indígenas

“Essa lei veio respeitar, valorizar o nosso trabalho e fazer com que as unidades de ensino indígenas sejam reconhecidas com o seu modo de fazer e de se organizar pedagogicamente. De hoje em diante as escolas indígenas serão escolas de verdade”, pontuou o diretor.

Agradecimentos


Waldemar da Silva, da etnia tikuna, é o tuxaua da comunidade indígena Três Unidos, com total 32 famílias, tendo aproximadamente 112 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, da etnia kambeba. Para ele, a lei ampara ainda os costumes, crenças e a cultura dos povos indígenas.

“Com a lei aprovada nós vamos manter a nossa língua, resgatar nossas danças e costumes, fazer aquilo que é melhor e que estava faltando. Quero agradecer a oportunidade, principalmente, ao prefeito David, que teve essa visão junto com o secretário Pauderney, de aprovar essa vontade dos povos indígenas e colocar a lei para amparar todos os nossos direitos, de tudo aquilo que pensávamos há muito tempo”, disse o Tuxaua.

Os netos e bisnetos de Diamantina da Cruz, moradora da comunidade Três Unidos, estudam na escola Kanata, ela conta que está muito feliz com essa iniciativa da Prefeitura de Manaus.

“Achei muito importante e não é de hoje que lutamos pela nossa escola indígena, por isso estou muito feliz com essa lei, que ampara esses esforços. Sou grata ao prefeito David, que olhou por nós e nossas crianças”, afirmou Diamantina.

— — —

Texto – Lorenna Serrão / Semcom

Fotos – João Viana / Semcom

Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHsmWPamUd

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *