Brasil já tem dois remédios para tratar Covid autorizados:entenda quem pode tomar e quando

Anvisa autorizou uso de rendesivir e de Regn-CoV2 para combater o coronavírus. Foto: Ulrich Perrey / Reuters Newsletters
Facebook
Twitter
WhatsApp

Anvisa autorizou uso de rendesivir e de Regn-CoV2 para combater o coronavírus.

RIO — No momento,  há dois remédios aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratamento da Covid-19 no Brasil: o rendesivir e o coquetel casirivimabe + imdevimabe (Regn-CoV2). Este último foi autorizada nesta terça-feira, de forma unanime, pelo órgão regulador. Já o rendesivir foi aprovado em 12 de março.

Sem uso: Rendesivir, único remédio aprovado para tratar Covid no Brasil, ainda não foi adotado no país

Tanto o rendesivir quanto o coquetel Regn-CoV2 ficaram conhecidos por terem sido usados no tratamento do ex-presidente americano Donald Trump quando ele se infectou com o novo coronavírus.

Abaixo estão perguntas e respostas sobre estes dois medicamentos:

Para que servem?

Rendesivir: O remédio é um antiviral e serve para impedir a replicação do vírus dentro do organismo infectado em estágios mais avançados da doença.

Regn-CoV2: O remédio também serve para impedir a replicação viral. Ele é feito a partir de anticorpos monoclonais, proteínas criadas em laboratório a partir de um único anticorpo natural e que imitam a maneira como nossos sistema imunológico combate o vírus.

Para quem é indicado?

Rendesivir: É indicado para pacientes com mais de 12 anos e mais de 40 quilos que estão com pneumonia e necessitam de suplemento de oxigênio, mas que ainda não estejam em ventilação mecânica.

Regn-CoV2: A indicação para a utilização dos chamados anticorpos monoclonais é para quadros leves e moderados da doença, em pessoas com comorbidades acima de 12 anos que possuem alto risco de progredir para formas graves de Covid-19.

São considerados fatores de risco para formas graves de Covid-19, pela Anvisa: idade avançada, obesidade, doença cardiovascular, incluindo hipertensão; doença pulmonar crônica, incluindo asma; diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2, doença renal crônica, incluindo aqueles em diálise; doença hepática crônica; e pessoas imunossuprimidas.

Qual a eficácia apontada em estudos?

Rendesivir: Estudos analisados pela Anvisa mostraram que pacientes que receberam o remédio apresentaram menor tempo para recuperação: foram dez dias em média, contra 15 dos pacientes que não receberam o medicamento, diminuindo tempo de hospitalização e necessidade de receber oxigênio. Segundo a Anvisa, o medicamento é seguro, bem tolerado, sem efeitos adversos em comparação ao grupo que não o recebeu.

Além do Brasil, o medicamento já foi autorizado por: FDA (Estados Unidos), EMA (a Agência Europeia de Medicamentos) e países como Canadá, Austrália e Suíça.

Regn-CoV2: Um estudo com 799 pessoas mostrou que uma única dose de 1.200 mg de Regn-Cov2 (600 mg de cada substância) reduziu o risco de hospitalização relacionada à Covid-19, morte por todas as causas e diminuiu o tempo para resolução dos sintomas da doença em pacientes ambulatoriais com Covid-19 sintomáticos e um ou mais fatores de riscos para doença grave.

Pode comprar na farmácia?

Rendesivir: Não. Por ser um pó liofilizado, o remédio deve ser preparado no hospital para ser injetado por via intravenosa, devendo ser administrado por entre cinco e dez dias.

Regn-CoV2: Não. Segundo a Anvisa, o medicamento só pode ser administrado em ambiente hospitalar e sob prescrição médica, com venda comercial proibida. Ou seja, pacientes que não estejam hospitalizados pela doença, mas que tenham uso recomendado, só podem receber o remédio em ambiente hospitalar, na veia, mas sem necessidade de internação.

É indicado para prevenir a Covid-19?

Não existe nenhum remédio indicado para prevenção da Covid-19. Os métodos de prevenção são: a vacinação completa (até o momento o Brasil só oferece vacinas no esquema de duas doses), o uso de máscaras sempre que for sair de casa ou ter contato com alguém que não é do seu convívio, a higienização das mãos com frequência, e evitar ficar em ambientes fechados e com aglomeração.

Qual é a diferença para os remédios do “kit covid”?

Tanto o rendesivir quanto o Regn-CoV2 apresentaram estudos que mostram eficácia contra a Covid-19, de acordo com o estágio da doença para o qual são indicados.

Remédios como cloroquina, ivermectina entre outros do chamado “kit covid” não demonstraram eficácia contra a doença em estudos científicos e, por isso, não são recomendados para o tratamento nem a prevenção da Covid-19.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *