Agroindústria de polpas e óleos vegetais em Urucará ambiciona mercado internacional

Empresa francesa investiu em equipamentos de processamento instalados na Cooperativa Agrofrut
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Para superar os impactos econômicos da crise sanitária da pandemia da Covid-19, pequenos agricultores familiares e produtores rurais de Urucará, no Baixo Amazonas, estão aptos a comercializar produtos orgânicos de alto valor agregado ao mercado internacional. Isso só é permitido graças aos investimentos da empresa francesa RDV Products em uma fábrica de polpas de frutas e produção de óleos vegetais localizada na cooperativa Agrofrut, inaugurada nesta quinta-feira (18), para os produtores do município terem oportunidade de vender produtos beneficiados.

O projeto recebe incentivos do Ministério Alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ), por meio do programa DeveloPPP.de, que apoia o setor privado na promoção de melhorias em países em desenvolvimento. A iniciativa tem o envolvimento da RDV Products, Cooperativa Agrofrut, BMZ, Sequa gGmhB, Nat’Organico, Prefeitura de Urucará e EcoProDev.

Os investimentos, que visam o desenvolvimento sustentável e econômico da agricultura familiar de Urucará, foram em equipamentos de processamentos de produção de polpas de frutas como o açaí, cupuaçu e acerola, assim como prensa de óleos vegetais de cumaru, andiroba, tucumã e cupuaçu para o mercado de cosméticos. A agroindústria é mais uma atividade econômica para a criação de novos empregos e melhores condições de vida tanto aos agricultores, quanto aos produtores urucaenses.

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A RDV Products amplia o volume de negócios no Amazonas com produtos não florestais, com a alta demanda do mercado internacional por produtos orgânicos processados e de comércio justo oriundo da Amazônia. O extrato de polpa de fruta, por exemplo, produzido em âmbito regional, é um produto novo com grande potencial. Os investimentos da empresa francesa na agroindústria almejam o aumento nos volumes de produção e vendas na Europa, com diversificação da fonte de receita dos fornecedores e o fortalecimento do negócio com os produtores.

O projeto pode ser replicado em outras comunidades na Amazônia e no Brasil para promover o desenvolvimento sustentável com a ampliação das atividades econômicas em áreas rurais baseadas na coleta de produtos não madeireiros, que incentiva a conservação da floresta. A agroindústria serve de exemplo para a criação de atividades econômicas em áreas rurais com a geração de oportunidades de atuação dos pequenos produtores no mercado internacional, em tempos recessão por conta da pandemia da Covid-19.

Etapas e efetivação

A base de processamento, composta por uma fábrica de polpas, é instalada na Cooperativa Agrofrut, com equipamentos de pasteurização, embalagem e resfriamento para que a mercadoria seja processada, antes de ser vendida ao mercado internacional, aumentando o valor e a renda aos pequenos produtores. Equipamentos de pré-processamento foram instalados e estão prontos para uso em fazendas localizadas em três comunidades diferentes da área.

As três unidades demonstrativas contam com um forno mecanizado cada uma, para processar produtos como guaraná, farinha de açaí e de mandioca. Também houve a instalação de um secador em cada fazenda para secar os grãos que são usados na produção de óleos vegetais. Uma unidade de processamento de óleo ficou situada em outra comunidade da Urucará.

Boas Práticas de Processamento e um sistema HACCP foram implementados para a nova fábrica na Agrofrut. Pequenos produtores e agricultores familiares receberam preparação para o uso do maquinário, por meio de cursos de capacitação sobre o uso correto dos equipamentos de (pré-) processamento, bem como o manuseio e colheita de plantas nativas. Além disso, cursos de certificação orgânica e de comércio justo são realizados para agricultores de novos produtos e para nova fábrica.

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